Cabeça de burro ou A Face de Deus?

Alexamenos adora (seu) deus
Alexamenos adora (seu) deus

Em 1857 foi descoberto um antigo “grafite” que data do séc. II da Era Cristã. Retrata uma pessoa adorando um homem crucificado com a cabeça de um burro. Dizem que muitos romanos pensavam que os cristãos praticavam a onolatria (culto ao burro). O nome do “adorador” era Alaxamenos. A inscrição feita em grego antigo diz: “Αλεξαμενος ϲεβετε θεον”, ou seja, “Alexamenos adora (seu) deus“.

Os estudiosos são unânimes em afirmar que esse “grafite” romano era uma forma de escarnecer a prática da adoração de uma comunidade dita cristã a um judeu crucificado na Judeia, sob o governo de Pôncio Pilatos: Jesus de Nazaré.

O Dr. Larry Hurtado explica esse “grafite” dizendo:

“Essa “escultura” foi encontrada em uma pedra em um recinto na Colina Palatina (…) Ele mostra um opinião a respeito de Jesus e de seus adoradores posteriores em Roma, que não era muito positivo” (in Jesus among friends and enemies, pág. 10).

A nossa tendência é estranhar o fato da mensagem do Evangelho gerar tanta repulsa em nosso mundo moderno. Bobagem: as boas novas de Jesus sempre geraram incompreensão e intolerância por parte de muitos dos seus ouvintes ao longo da história. Era inconcebível para um romano ou para um grego, por exemplo, ter como um deus alguém que fora morto da forma como Jesus morreu. Mais incompreensível ainda era a alegação dos cristãos de que esse crucificado havia ressuscitado ao terceiro dia. E quanto aos judeus? Jesus era a vergonha em pessoa: a ovelha negra, o apóstata da religião de Moisés.

Se antigamente Jesus foi comparado a um burro-humano crucificado, o que diremos dos dias de hoje? Já vi Jesus sendo comparado a desde os mais sanguinários assassinos até aos mais ingênuos utopistas.

Olhando com cuidado à esse “grafite”, veio um questionamento direcionado a mim mesmo: Será que esse Alexamenos adorou esse homem crucificado com o entendimento correto de QUEM Ele, de fato, era? E eu, que Jesus estou adorando? Qual a visão que o mundo secular tem acerca desse Jesus que estou adorando? Qual é o meu testemunho do Cristo que sirvo a uma sociedade que enxerga Jesus tal como retrata esse “grafite”?

O apóstolo Paulo já dissera em 1Co 1:23 (NVI): “nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios“. Meu amigo, o Evangelho, para você, é escândalo ou A Verdade?

Para mim, a face do Cristo crucificado é a face do próprio Deus.

Deixe um comentário